3 ANOS DE PROJETO. E AGORA?
Por Nathália Oliveira*
Em novembro de 2016, eu criava a página do Projeto Mulheres Poderosas no Facebook.
Já contei essa história muitas vezes. Eu tinha acabado de voltar da minha primeira viagem sozinha e convidei a Renata Spinelli para fotografar mulheres cujas histórias eu iria contar em textos curtos, pensados para a rede social, com o objetivo de exaltar as conquistas dessas mulheres e inspirar outras (as que leriam essas histórias).
Três anos se passaram. Já contamos quase 100 histórias e eu me pergunto todos os dias: o que de fato alcançamos com este Projeto?
Eu não sei.
Não sei como poderia medir o impacto de um projeto fotográfico na internet a não ser pelo número de seguidores e de likes que, para mim, não querem dizer muita coisa (em tempos de robôs-seguidores, dizem cada vez menos).
Mas eu posso medir o impacto deste projeto na minha vida.
Quando coloquei esta iniciativa no mundo estava secretamente tentando entender a minha mãe. Uma mulher com quem convivi durante 26 anos (toda a minha vida até então) e que não cheguei a alcançar por completo (alguém chega?).
Em uma entrevista recente, comentei com minha entrevistada (que também vive de entrevistar mulheres) que tive medo de entrevistar a minha mãe. Tive medo de me aprofundar em um amor que de tão grande, poderia me causar dor. Tive medo da sensibilização que isso me geraria. Tive medo de me expor.
Aí uma resposta se apresentou.
Se o único impacto verdadeiramente mensurável deste Projeto é a minha metamorfose constante, e se o impulso fundamental por trás é meu medo da exposição, o próximo passo só pode estar em enfrentar esse medo e observar a minha transformação, algo que posso medir.
Sendo assim, a exposição mais importante que eu posso fazer neste momento é sobre a continuidade deste trabalho. É difícil manter em funcionamento um trabalho que é paralelo e voluntário na vida de todas que o realizam. Mais difícil é ter forças para dar passos mais largos, buscar os caminhos para viabilizá-los. E é esse o desafio que pretendo encarar em 2020.
Como fazer o Projeto Mulheres Poderosas se viabilizar financeiramente, como viabilizar a entrevista de mulheres de outras cidades do Brasil além do Rio de Janeiro, e como fazer com que estas histórias ganhem o alcance que seu potencial permite?
Eu não sei.
Se você souber, me conta: nathalia@projetomulherespoderosas.com.