SER CIDADÃ DÁ TRABALHO, MAS VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA!
Por Nathália Oliveira*
É uma discussão recorrente que tenho com amigas: “Nath, você não pode obrigar as pessoas a discutirem política com você”, já ouvi essa frase tantas vezes…
Não posso, nem o faço, apesar de adorar uma boa discussão. A questão é que muitas das minhas amigas confundem o meu incentivo à responsabilidade cidadã com obriga-las a discutir política. Quando consigo me fazer entender nesta parte, vem o próximo obstáculo: “mas eu não tenho tempo, trabalho muito, faço mestrado/pós, acordo cedo…”. Geralmente, essa é a parte em que minha indignação cresce porque, apesar de todo o amor envolvido nestas relações, tenho muita dificuldade em aceitar que mulheres privilegiadas abram mão da sua responsabilidade cidadã por acreditarem que “trabalham demais”. Para ser justa, eu já escutei um sincero “eu poderia me informar mais sobre política, mas não quero”. O que acho legítimo por ser verdadeiro, porém não o suficiente para me fazer desistir do meu objetivo de fazer com que mais mulheres abracem a responsabilidade que certos privilégios lhes demandam.
E é nesse ponto da conversa que eu entro com meu arsenal de ferramentas que ajudam a nos mantermos em dia com os assuntos importantes e, consequentemente, nos fazem estar mais atentas às movimentações políticas o que resultará (eu espero) em votos mais conscientes nas próximas eleições.
Uma das ferramentas que quero divulgar para minhas amigas e todas as mulheres que eu puder, é a plataforma Elas no Congresso, desenvolvida pela Revista AzMina, com apoio da Google News Initiative na América Latina.
O projeto conclui hoje sua segunda etapa: a publicação do site que traz um ranking dos parlamentares brasileiros de acordo com sua atuação nas temáticas de gênero.
Em elasnocongresso.com.br você encontra o ranking, uma descrição breve das propostas avaliadas, a metodologia usada para o ranqueamento e matérias que resumem e articulam informações mais relevantes. Tudo isso com o objetivo de monitorar e tornar acessíveis informações sobre os direitos das mulheres dentro do poder legislativo.
Além do site, também faz parte do projeto um perfil no Twitter que publica reportes diários das tramitações de projetos de lei sobre temas de gênero.
Isso para ficar só em uma das inúmeras iniciativas de coletivos e grupos da sociedade civil que vêm se organizando para facilitar o nosso acesso e entendimento dos mecanismos que nos regem e direcionam. Por isso, mana, não tem desculpa: ser cidadã dá trabalho, mas tem muita gente trabalhando para facilitar esse processo, você não está sozinha!