Alice

Aos 13 anos, a Alice começou a perceber que estavam surgindo estrias no seu corpo. Sem nenhum motivo aparente, elas chegaram e se estabeleceram afetando diretamente a auto-estima dela.

Morando em São Paulo, ela conseguia esconder as “imperfeições” na maior parte do tempo, mas quando viajava para a praia ou tinha que pegar uma piscina, era só com sunkini e, em alguns casos, até maquiagem para esconder as listras brancas.

Aos 17 anos, com uma viagem para o México marcada com os amigos, a Alice entrou em desespero. Como passaria tantos dias da viagem escondendo as estrias? Junto com a mãe, ela procurou uma dermatologista, que indicou um tratamento usado para estrias vermelhas (as dela eram brancas) que faria com que as linhas ficassem mais finas e menos aparentes.

O tratamento consistia em aplicações locais com uma pistola de micro-agulhas que fizeram com que a pele da Alice ficasse em carne-viva já na segunda sessão. A dor foi tanta que fez ela entender a loucura que estava fazendo. E o que seria um tratamento de cinco sessões, terminou ali mesmo.

Esse foi só o início do encontro da Alice com o próprio corpo. Com o tempo, ela aprendeu a amar suas estrias, amar seu cabelo e se amar por inteiro. O feminismo fez parte desse auto-acolhimento. Graças à Primavera Feminista, a Alice se deu conta de que não precisava esconder imperfeições do seu corpo porque não são imperfeições, são parte dela e parte de muitas outras pessoas, e está tudo bem.

Para a Alice, o movimento feminista está no caminho certo e o próximo passo é ocuparmos os cargos de decisão para que realmente possamos mudar as estruturas da sociedade.

Alice é uma feminista e uma testemunha de que essa luta faz do mundo um lugar melhor.