Aline

Força e leveza encontram equilíbrio na vida da Aline.

Mulher forte, negra, que teve que amadurecer cedo para lidar com os assédios precoces que sofreu na infância. E ao mesmo tempo, uma mãe risonha e suave que, apesar de ter passado por momentos difíceis, não carrega amarguras.

Seu corpo se desenvolveu cedo. Aos 9 anos já passava por assédios na rua e até dentro de casa. Sobre isso, ela diz que, mesmo tão nova, não sentiu medo, e sim uma força interna muito grande para conseguir lidar com aquilo sozinha, pensando sempre em evitar que a mãe se preocupasse ou sofresse retaliação das pessoas em volta.

O amadurecimento do corpo obrigou o amadurecimento da mente infantil. Aline logo teve que deixar de lado as fantasias da infância para se proteger como gente grande.

E não era só o machismo que ela enfrentava. O racismo também esteve presente durante toda a sua infância. Ouviu muitas vezes que “ali não era o seu lugar” se estivesse num clube ou no elevador social.

Hoje, ela alcançou um olhar otimista sobre essas questões. Se enxerga em um mundo com diálogo mais aberto e um mercado de trabalho que está um pouco mais disposto a abrir espaço para mulheres e negros. “Ainda não é o ideal, mas já melhorou bastante”.

Aline transformou todo o preconceito que sofreu em sabedoria e considera a sua maior conquista o poder de passar tudo o que aprendeu para os filhos.

Como mãe, ela ensina aos dois meninos a respeitar todo ser humano: homens e mulheres. E ensina à menina que ser mulher é uma dádiva.

Aline é uma feminista com um equilíbrio raro.