Clariza

Clariza é uma mulher negra, da periferia e que atua de forma política e social a partir desse recorte.

O reconhecimento do próprio corpo e voz como atos políticos só se consolidou em 2016. Ao longo da adolescência, ela não enxergava o racismo nas experiências que vivia.

Para ela, o feminismo negro é necessário enquanto houver o racismo. Mulheres não são todas iguais. Negras e brancas passam pelas mesmas situações diante do machismo, mas segundo a Clariza, mulheres negras sofrem o mesmo machismo com uma camada de racismo por cima.

E a forma que a Clariza escolheu de combater o racismo é didática. Ou pelo menos na maior parte do tempo. “Às vezes combater o racismo com amor não funciona porque ele não chega na gente com amor. Então, para a pessoa entender, é preciso o embate”.

Formada em Publicidade, hoje a Clariza é uma das sócias da produtora Jacaré Moda, que faz a ponte entre os talentos que existem nas periferias e as marcas de moda que, até então, não chegavam nesses territórios. E faz questão de deixar claro que não se trata de projeto social. É uma produtora que acredita no potencial da favela e que deseja trazer isso para o mercado.

E mesmo com tanta conquista profissional, a Clariza não hesita em dizer que sua maior conquista é a da consciência. Se entender enquanto mulher negra na sociedade em que vivemos é fazer reverberar o discurso que todos precisamos ouvir.

Clariza é uma feminista que luta para que as narrativas do feminismo cheguem a TODAS as mulheres.