Danielle

Representatividade é uma palavra que atravessa a vida da Danielle.

Há oito anos, quando conheceu a atual namorada, a Dani percebeu que era difícil o acesso a referências de relacionamentos homossexuais, entre mulheres ou homens. Não conhecia histórias dessas relações e não sabia onde buscar informações sobre o assunto.

Foi nas conversas com a mãe que ela encontrou todo o apoio que precisava. A naturalidade com que elas lidaram com esse assunto fez a Dani acreditar que era possível viver o que sentia.

O encontro com o tema “representatividade” veio mais uma vez com movimentos feministas como #meuprimeiroassédio. A partir dos relatos, a Dani foi capaz de perceber os assédios que tinha sofrido na vida e de conversar abertamente sobre o assunto com amigas e familiares. E isso revolucionou o seu entendimento sobre o machismo, o papel da mulher na sociedade e um tanto de outras questões até então veladas.

Dentro do cinema a Dani vive duas realidades: de um lado, por ser da área das artes, é um ambiente mais favorável às diferenças e reflexões; mas por outro, ainda existem barreiras invisíveis a serem quebradas.

A Dani é produtora. Por isso, seu acesso aos outros departamentos na realização de um filme é maior, e esse contato permitiu que ela observasse a ausência de mulheres em áreas como fotografia, som e direção. E quando, em raras ocasiões, existe em algum deles uma mulher, o tratamento é diferenciado.

Para a Dani, a visibilidade para essa e muitas outras causas é fundamental, mas a melhora só vem na mudança no dia a dia. A postura de cada um conta o tempo todo.

Ser mulher nesse momento é poder participar dessa (r)evolução que acontece individualmente e em grupo. Uma mudança energética que só pode existir através da coletividade.

Se sentir representada é uma conquista e uma realização. Hoje, a Dani promove representatividade através do seu trabalho e discurso.

Danielle é uma feminista que ajuda a acender as primeiras faíscas do mundo que queremos.