Elisabete

No início da nossa conversa Elisabete deixou bem claro que não se considera feminista.

Aos 6 anos de idade ela presenciou o pai bater na mãe. A partir daí, nunca mais deixou que a cena se repetisse nem com a mãe nem com a irmã mais velha. Poderíamos dizer que foi aí que a Bete percebeu que tinha vindo a esse mundo para ajudar e amar as pessoas ao seu redor. “Eu tô aqui pra resolver o teu problema!”.

E ela dá conta de tudo. Formada em dança, aos 23 anos abriu sua própria escola em Vila Isabel.

Lá dentro, ela formou bailarinos que hoje dançam no mundo todo. Também formou médicas, médicos, e pessoas de variadas profissões que hoje aplicam na vida os valores que aprenderam dançando.

É claro que teve altos e baixos, passou por dificuldades e soube tirar o melhor de todas elas.

A Bete não duvida (e parece nunca ter duvidado) da sua força tanto física, quanto emocional, para lidar com qualquer problema. Esse negócio de que mulher é mais frágil que homem nunca fez sentido na cabeça dela.

Para ela, não cabem mais nesse mundo barreiras entre homens e mulheres. Acredita na liberdade que todos devem ter para serem felizes com as próprias escolhas.

Ela, por exemplo, escolheu não parar de trabalhar por conta do casamento e dos dois filhos. Foi sua opção. Mas também admira e reconhece a escolha das mulheres que preferem dedicar a vida aos filhos e à casa. O importante é que cada uma possa decidir por si mesma.

Em resumo, a Bete acredita que mulher poderosa é aquela que se ama e ama as pessoas à sua volta.

A Bete é a não-feminista mais feminista que eu conheço.