Júlia

A mineira da pequena cidade de Cataguases soube desde cedo que, para conquistar tudo que queria, precisaria sair de lá.

Aos 15 anos, deixou a casa dos pais para estudar em Belo Horizonte. Aprendeu a se virar sozinha, com pouco dinheiro, indo a pé para escola e dormindo com fome para economizar. De lá para cá, se mudou 13 vezes entre BH, Juiz de Fora e o Rio.

Ficou de favor em casa de familiares e amigos, alugou quartos, dormiu no chão, dividiu um sótão com ratos… Muitos a questionaram do porquê de não voltar para casa. Mas a Júlia sempre teve claro que nenhuma dificuldade a impediria de alcançar seus objetivos. Pelo contrário: “quando você precisa, isso te move”.

“Não sou a pessoa da zona de conforto”. E foi isso que fez com que ela passasse no vestibular para todas as faculdades públicas que quis, trabalhasse em ótimas empresas, se tornasse uma profissional competente e sensível e, principalmente, conquistasse sua independência desde cedo.

Apesar de todos esses feitos, a Júlia demorou a se enxergar como vitoriosa. Se por um lado, a vontade de fazer mais a movia, por outro, a dificuldade de reconhecer seus avanços a jogava para baixo. Por isso, para ela, sua maior conquista foi o autoconhecimento.

Hoje, ao olhar para tudo que viveu, sente orgulho de cada vitória. E, claro, continua buscando mais, confiante de que não há ninguém melhor do que ela para saber o que realmente precisa.

Júlia é uma feminista que tem as rédeas da própria vida.