Juliana
“Me tornei verdadeiramente feminista quando descobri, aos 18 anos, que sou negra.”
A militância da Juliana dentro do feminismo parte da sua visão de mundo. A visão de mundo de uma jovem negra que até aos 18 anos estava afastada de suas origens e negava os traços do seu corpo.
Aos 9 anos, a Juliana começou a fazer alisamentos no cabelo. Fez de todos os tipos. Alérgica ao formol, ela chegou a ser levada para o hospital com forte reação ao componente químico.
A transição capilar não foi fácil. Mas hoje, com ela finalizada, a Juliana percebe que o seu cabelo não só combina lindamente com o seu rosto, mas que ele também é um símbolo de sua resistência.
A resistência de uma mulher negra de pele clara.
‘Colorismo’ foi uma das palavras que a Juliana passou a conhecer nesse processo. Existem pessoas negras de muitas tonalidades, mas ser negra de pele clara não torna ninguém ‘menos negro’. Existem privilégios. Mas também existem preconceitos.
Para a Juliana, este momento deve ser de união entre as mulheres negras. Acostumadas a se sentirem sozinhas em espaços majoritariamente brancos, muitas vezes elas acreditam que não têm com quem contar ou simplesmente não fazem ideia do poder que essa união é capaz de gerar.
A Juliana acredita que empoderamento não é um fim e sim um caminho para questionar o status quo da nossa sociedade e a partir daí quebrar toda e qualquer barreira nociva ao desenvolvimento das mulheres enquanto seres humanos.
Juliana é uma feminista inspirada por mulheres negras.