Lili

Nesse momento, a Lili tem 3 cartões de visita: um de DJ, um de coordenadora de marketing da empresa de gestão de resíduos da família, e outro de produtora rural. Ela até já assume que precisa de uma ajudinha para organizar tantas funções. Porque as ideias não param e a vontade de realizar cada uma delas não diminui.

Essa multiplicidade de trabalhos também faz da Lili uma mulher multifacetada, o que não significa que ela tenha que ser uma pessoa diferente em cada ambiente de trabalho.

A Lili assumiu que é lésbica para a família aos 21 anos, mas dentro da empresa, se mantinha discreta sobre o assunto.

Foi em 2016 que a Lili sentiu que essa discrição já estava se tornando um disfarce. Já era hora de parar de se esconder. Era hora de ser ela mesma em todos os espaços.

Não é fácil, é uma escolha que a Lili faz todos os dias. Afinal, o machismo ainda está em todos os lugares. Até no moderno mundo das festas que se supõe mais aberto, mas ainda reproduz o arcaico sistema patriarcal. Ser uma DJ ainda significa sofrer certos preconceitos e ser tratada como “a cota feminina”.

Um dos muitos sonhos da Lili é que um dia as mulheres DJs possam ser reconhecidas e convidadas para tocar pelo bom trabalho que já fazem. E se depender dela, as ideias e a mão na massa não vão faltar para que isso aconteça.

Lili é uma feminista que sabe que poder é verbo.