Malu

Na infância da Malu, ser loira de olhos azuis não era nada incomum. Na sua cidade natal, Campo Mourão, a maioria das meninas da sua escola era assim. Ela estava dentro do “padrão”.

Na adolescência, a Malu descobriu que não se encaixava em outro padrão: o de filha única. Não ter irmãos nunca foi sinônimo de mimos, mas sim de independência. Com pai e mãe trabalhando fora, a Malu teve que aprender a se virar sozinha dentro de casa.

Aos 15 anos, ela saiu do Paraná, acompanhada da mãe, para fazer sua primeira novela no Rio de Janeiro. Foi uma experiência transformadora para as duas.

Depois desse primeiro trabalho, a Malu chegou a receber algumas recusas em testes de elenco por causa do tipo físico. Mais uma vez, o “padrão” atravessou o seu caminho. Até que em 2016, conquistou seu primeiro trabalho na TV Globo, em Malhação.

Com a personagem Martinha, a Malu entendeu que não precisa se sentir feia ou inferior a ninguém por causa da balança. Aprendeu que seu trabalho consegue ir muito além dos absurdos padrões estéticos.

E Malu dá o recado: para ela, representatividade não é colocar na TV um personagem gordinho que precisa se mostrar feliz apesar do corpo, ou que só fale de dilemas com o próprio corpo. É ter protagonistas e personagens que, independentemente do tipo físico, tenham os dramas e conflitos comuns a todos.

Malu é uma feminista a favor da representatividade.