Maria Theresa

Para ter a visão que tem hoje sobre o que é ser mulher, a Maria Theresa passou por várias fases.

Teve a fase do início da adolescência, em que ser mulher significava fragilidade e impotência diante dos assédios nas ruas. E ela tinha muito medo de ouvir “gracinhas” quando passava, e chorava quando isso acontecia. Mas foi a partir daí que alguns questionamentos começaram a nascer: “por que os homens têm o direito de fazer isso?”, “isso acontece só comigo?”, “sou tão frágil assim?”.

A segunda fase veio com a entrada no teatro. Território livre e diversificado em que a Maria Theresa descobriu que homens e mulheres podem ser iguais em tudo. Podem ter a mesma força e a mesma fragilidade.

Do palco, ela passou a enxergar apenas seres humanos. Mais nada.

Na atual terceira fase, o medo e a total liberdade se transformaram em sabedoria e habilidade.

Hoje, Maria Theresa vê o feminino como instrumento de poder. Algumas pessoas chamam isso de sexto sentido, sensibilidade, intuição… Não importam os nomes. O fato é que, para ela, a grande vantagem em ser mulher é ter acesso a uma versatilidade que nos torna seres quase onipotentes. O “quase” é por parte da autora, acho que a Maria Theresa diria “onipotentes” mesmo, sem titubear.

De uma adolescente que vivia com medo para uma mulher com coragem de sobra. O caminho foi longo até aqui, e está longe de acabar.

Maria Theresa é uma feminista que está com o poder e não tem medo de usar.