Maria

Na infância, a Maria nunca ouviu em casa que não poderia fazer alguma coisa só por ser mulher. Da mãe, teve desde cedo um exemplo feminino de quem escolheu não deixar o trabalho e os interesses de lado por causa da maternidade.

Hoje, mãe de dois filhos, a Maria carrega esses ensinamentos. Para ela, a maternidade deve ser o melhor aspecto da vida da mulher que escolhe ser mãe, mas nunca o único.

Para a Maria, cada vez que uma mulher se posiciona contra o status quo machista, ela está sendo feminista. E para isso, não é preciso muito. Principalmente se estivermos unidas.

A prova disso veio quando ela deu início ao grupo de diretoras e atrizes da TV Globo, que se uniram às demais funcionárias, no coletivo Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas. Nesse momento, a Maria percebeu que se posicionar contra esse estado da “normalidade” das coisas é necessário e urgente.

Percebeu, inclusive, que queria mais. Passou a estudar as teorias feministas e a tratar mais desse assunto nos grupos de amigos e do trabalho. Uma verdadeira Primavera das Mulheres em pleno estado de florescimento.

Ainda assim, para a Maria, o momento é de muita luta. Luta para que os números de mulheres assassinadas, vítimas de abortos mal-conduzidos e de violência doméstica parem de crescer, e comecem a diminuir.

E para isso, diz a Maria, “o primeiro passo é sermos, verdadeiramente, donas dos nossos corpos”.

Maria é uma feminista em luta.