Renata

Renata estava na calçada esperando para atravessar a rua com uma amiga quando um homem mais velho a assediou verbalmente. As duas, que tinham apenas 12 anos, fizeram o que a maioria de nós ainda faz: fingiram que não ouviram. Um conhecido da família viu a situação e contou para o pai da Renata. Ao chegar em casa, ela foi questionada: “com que roupa você estava?”. Indignada, ela disse que aquela pergunta nem merecia resposta. Sabia que a culpa do assédio não era dela. O que ela não sabia é que já estava plantada aí a sementinha do feminismo.

A Renata se intitula a “problematizadora da família”. Quando entrou na puberdade, seu corpo mudou muito, ela ganhou peso, e começaram os questionamentos familiares: “vai comer isso?”, “você engordou, quando vai emagrecer?”. Não demorou muito para que a sua personalidade forte se impusesse e ela criasse respostas curtas e diretas para essas perguntas. Nas palavras dela, “quando você não deixa ninguém se meter na sua vida, ganha liberdade.”

Isso não quer dizer que ela não entrou em guerra contra balança. A Renata teve a fase de fazer dietas malucas, tomar shakes e remédios para emagrecer, até o dia que entendeu que isso havia se tornado uma violência contra ela mesma. E a moda foi uma ferramenta importante para conquistar essa autonomia.
A Renata usa a sua paixão pela moda como veículo de propagação das suas experiências e aprendizados. Na sua conta no Instagram, ela divulga moda plus size, referências de marcas e tendências. Também começou a estudar modelagem, corte e costura. Nada mais libertário do que poder de fazer o que veste com as próprias mãos, né?

Renata é uma feminista que propaga liberdade.