Susanna

“Se vamos falar sobre mulheres poderosas, preciso começar falando de minha mãe.”. Esta foi uma das primeiras frases da Susanna na entrevista para este relato. A cineasta com 11 longas-metragens, além de curtas e séries no currículo credita cada um de seus êxitos ao trabalho incansável de sua mãe, que a criou sozinha e também ajudou na criação da Pilar, sua única filha. “Em casa somos três gerações de mulheres trocando o tempo todo, é incrível.”

E essa troca feminina é algo que também faz parte do trabalho da Susanna. Dos 11 documentários que dirigiu, 10 são sobre mulheres, cada um com um recorte diferente. Mulheres com HIV, mulheres à frente do samba, mulheres que foram presas durante a ditadura…Para a Susanna, não existe separação entre o seu trabalho e a sua militância. E ela vê toda essa explosão feminista dos nossos dias com um olhar otimista, de quem já vive tudo isso na prática há muito tempo e que faz questão de implementá-la em todos os espaços.

A Susanna diz que não faz só filmes sobre mulheres, mas com elas. O cinema ainda é um mercado que carece de lideranças femininas e ela sabe que não devemos poupar esforços para que isso mude. A Susanna faz questão de contratar mais mulheres para suas equipes e trazê-las para as decisões importantes de cada projeto. Ela entende que horizontalizar o poder não é algo que enfraquece e sim que potencializa. Sabedoria feminina das mais apuradas.

Susanna é uma feminista que usa seu poder em prol do coletivo.