Valéria

A história da Valéria com o feminismo vem de duas gerações antes dela nascer.

Sua avó, Eugênia Álvaro Moreyra, foi uma das primeiras jornalistas a quem chamaram de feminista numa redação de jornal. Sua primeira matéria? A denúncia de uma família que obrigou uma das filhas a ser freira. A Valéria não chegou a conhecer a Eugênia pessoalmente, mas carrega no sangue o ímpeto de sempre fazer algo pelo outro.

Aos sete anos de idade a Valéria entrou para a escola de ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Se formou aos 17 com a certeza de que não seria professora. Mas não são as certezas que movem a Valéria, são as paixões. E a realização de ver uma turma de alunos seus dançando pela primeira vez foi apaixonante.

Tornou-se professora e abriu uma das escolas mais antigas do Rio de Janeiro. 41 anos de estrada, nos difíceis, porém deliciosos caminhos que a arte proporciona.

Para a Valéria a arte tem que ser matéria obrigatória em todas as escolas. A dança, especialmente, é capaz de nos libertar, nos ajuda a rir e chorar sem pudor. Ela tem o poder de nos fazer fortes e doces ao mesmo tempo.

Com mais de 50 anos de dança, a Valéria ainda se emociona com seu ofício. Tem momentos de euforia seguidos de um estado de graça difícil de descrever, só ela sente. E afinal, quantas pessoas você conhece que podem dizer o mesmo da própria profissão?

Se a Valéria traz o feminismo no sangue, ela consegue transfundir todos os sentimentos que envolvem essa causa para cada um de seus alunos através da dança.

Valéria é uma feminista que semeia luz.